Resenha Orfeus e Vagalumes no Inferno

Florianópolis, 5 de junho de 2014.
Sanfelici, Agnes e Felix, Daniel. Orféus e vagalumes no inferno. UNISUL de fato e de Direito. Revista Jurídica da Universidade do Sul de Santa Catarina. Palhoça, ano III n. º7. Julho/dezembro 2013. p. 119 a 136.

Referido artigo foi elaborado em homenagem aos cento e onze mortos no massacre do Carandiru declarados oficialmente, bem como dos não declarados e em memória dos sobreviventes. Por meio da leitura das obras que analisam o encarceramento escritas por Luiz Alberto Mendes, os autores buscaram desenvolver uma argumentação teórica consistente no diálogo da literatura comparada e psicanálise. Outrossim, com base nos conceitos de violência e Poder elucidados por Hannah Arendt, que fez uma comparação dos encarcerados com vaga lumes do inferno, os quais são seres que necessitam lançar suas luzes como forma de sobreviver na escuridão, de escapar à condenação que atinge suas vidas por meio da condenação e da escrita. Nesse ínterim, os responsáveis pelo artigo ressaltaram que em algumas unidades prisionais de Santa Catarina são realizados projetos de ressocialização dos apenados por meio da leitura e escrita, oportunizando aos detentos que participam do projeto a remição da pena, como forma de incentivo a cultura desses a fim de proporcionar uma ‘luz’ para a escuridão em que vivem estes “vagalumes do inferno”. Primeiramente, o artigo faz menção à sensação de liberdade proporcionada pela leitura, na forma de a saída possível em meio à descida ao inferno da prisão, ou seja, serve como um antídoto à angústia que aflige os detentos. Nesse sentido, cria-se uma interlocução entre literatura e psicanálise, na qual a escrita se torna uma função importante para “desangustiar” os confinados, ainda, entende-se angústia a partir de dois estatutos, a angústia constituída que conduz a repetição e a angústia constituinte que é produtora, ela produz o objeto pequeno. Sobre o tema, Jacques Alain Muller esclarece que no seminário da Angústia, o