Resenha Crítica – “Orféus e vagalumes no inferno”
O artigo Orféus e vagalumes no inferno é a meu ver uma leitura entediante, na qual os autores juntam o objeto central, que é a literatura confeccionada por detentos brasileiros nas suas celas, com conexões entre filosofia, psicanálise, entre outros.
Primeiramente há uma introdução na qual já se tem um resumo detalhado do texto, e porque não dizer, de um manual de como ler o texto. Mostra-se que o artigo consiste em duas leituras, a da narrativa literária de um preso e a outra leitura sobre conceitos de violência e poder baseados na teórica de Hannah Arendt.
No decorrer da primeira leitura, tenho a certeza de que os autores do artigo são da turma dos direitos humanos, na qual trata o preso protagonista da obra utilizada como um bom exemplo. Discordo veemente dos autores.
No trecho retirado do texto “como pensar e conduzir à reinserção social dos detentos, ou melhor, quais as possibilidades e perspectivas de reinserção ainda dentro do sistema carcerário, senão pela leitura e escritura?” fica claro a falta de pesquisa em loco e dados em penitenciárias em que presos que trabalham são mais eficientes para a reinserção.
Cabe aqui ressaltar que a grande maioria da população carcerária é de baixíssima renda, de escolaridade mínima ou nenhuma, sendo então analfabetos. Como pensar numa política de reinserção social fundamentada na propositura da prática da literatura?
Noutro norte, e falando da segunda leitura sobre conceituação da violência e poder na ótica de Hannah Arendt me deixa um pouco receoso.
A autora afirma que “Em resumo, a violência destrói o poder, não o recria. É a desintegração do poder que incita a violência e seus meios, isto é, quando os comandos não são mais acatados seja por falta de credibilidade, consenso em opiniões ou qualquer outro motivo.” discordo. A violência pode sim aumentar o poder, veja-se pelos ditadores em vários países. A utilização da violência como forma de