Resenha nascimento da clínica - foucault
PREFÁCIO:
A obra possui um prefácio e dez capítulos; no prefácio, se fala sobre a linguagem, e a partir de qual momento e qual modificação semântica se pode reconhecer na linguagem sua transformação em um discurso racional, fator que sedimenta o nascimento da clínica.
Neste estudo então, amparado em Descartes e Mellenbranch, afirma-se que ver era perceber, e isso se tratava de, sem despojar a percepção do corpo, torna-la transparente ao exercício do espírito.
A clínica teria nascido com Hipócrates, mas no século XVIII se desenvolveu, em função de descobertas biológicas e diagnósticos mais precisos.
Com isso, a medicina como ciência clínica apareceu sob definição do domínio de sua experiência e a estrutura de sua racionalidade, mudando o questionamento médico do ´o que você tem? ´ para o ´onde lhe dói?´
Essa mudança e reorganização da estrutura da racionalidade médica permitiu a existência de um discurso de saúde focado no discurso sobre a doença.
CAPÍTULO I * Espaços de desenvolvimento da doença e classes de doença * Corpo: espaço de origem/repartição da enfermidade, delimitado pela anatomia * Não é o único espaço – conhecimento não ´geométrico ´ * Regras classificatórias (hierarquia de doenças em famílias, gêneros e espécies) - racionalidade * Analogias definem as essências (distância entre as doenças medidas pelo grau de semelhança) * Analogias, ao descobrir as essências, descobrem a ordem racional das doenças * Espacialização social das doenças : formas pelas quais a doença, na sociedade, é envolvida, medicamente investida, isolada e repartida, para desenvolvimento ou cura. Implica nas exclusões, assistência, intervenção ou abandono ao curso natural. Favorece, portanto, lutas políticas ou afrontamentos sociais * Doença passa a ser percebida em um espaço de projeção sem profundidade e de coincidência sem desenvolvimento. Há só um plano e um só instante, e a principal perturbação é trazida pelo