RESENHA: Nas teias da globalização: cultura e educação
Vera Maria Candeau em seu texto “Nas teias da globalização: cultura e educação” se propõe a entender e problematizar o conceito de globalização. Segundo a autora, este é um tema muito tratado em nosso tempo por pensadores, intelectuais, e analistas de diversos campos. Há quem defenda a globalização e para estes ela é um processo de desfazer fronteiras, de pensar o mundo como um todo.
Circula a idéia entre seus opositores e defensores que a globalização ao realizar o processo de reorganizar países dentro de postulados e objetivos, homogeneizaria os indivíduos, fazendo-os se tornar cidadãos planetários. Esse processo traria alguns desencadeamentos, como o enfraquecimento do referencial nacional se traduzindo no plano cultural como o surgimento de múltiplas identidades.
Candeau cita Da Matta (1996) para chamar atenção para dois movimentos que a globalização se apóia. O primeiro é a difusão que pode ser entendida como a “adoção de uma determinada identidade cultural do “outro” (p. 16, 2002). E a segunda é a aculturação que seria o modo particular pelo qual essa apropriação é feita.
Por outro lado, a autora chama atenção que na esfera cultural, a globalização não pode ser identificada como homogeneização. O paradoxo reside justamente aí, pois é paralelamente a esta tentativa de unificação que assistimos o aparecimento de inúmeros movimentos de afirmação das diferenças. Um exemplo disso são as diversas manifestações de nacionalismos, xenofobismos e fundamentalismos que vão surgindo.
Esta noção recai ainda num movimento de descentramento da identidade moderna fixa. Hall (1997) utiliza cinco aspectos que denotam essa mudança. A primeira seria as mudanças ocorridas nas ciências. A segunda os estudos de Freud que descobre na identidade uma construção dinâmica. A terceira se dá pelos trabalhos de Saussure