Resenha: Missão do Bibliotecário
ORTEGA Y GASSET, José. Missão do Bibliotecário. Tradução e posfácio de Antonio Agenor Briquet de Lemos. Brasília: Briquet de Lemos/Livros, 2006. 82 p.
Palavras-chave: Bibliotecários. Filosofia. Ética.
Keywords: Librarians. Philosophy. Ethics.
José Ortega y Gasset (Madrid, 9 de maio de 1883 — Madrid, 18 de outubro de 1955) foi um intelectual, filósofo espanhol. Também atuou como ativista político e como jornalista. Voltado principalmente para aspirantes da área de biblioteconomia, o texto Missão do Bibliotecário discorre um pouco sobre o contexto histórico e a natureza da profissão: como ela se deu, quando teve seu início e como foi então a sua evolução. Ortega y Gasset por ser filósofo, tem uma perspectiva um tanto quanto existencialista acerca da profissão de bibliotecário, mas o autor não chega a ser um idealista, delineando apenas os caminhos para qual seus argumentos evoluem.
Encarando a profissão estritamente como uma “Missão Pessoal” o autor diz de forma singela o que o se acha ser a missão pessoal e o que o conceito quer dizer a ele em floreios filosóficos analisando a necessidade humana para esta “este chamado que ouvimos rumo a um tipo de vida, esta voz ou grito imperativo que se eleva de nosso íntimo mais radical, é a vocação” (2006, p. 6).
O autor faz uma crítica não a profissão bibliotecária em si, mas ao que ela fez de si mesma, o que se tornou. No tópico “Missão Profissional” o autor fala sobre a realidade em que ele vive, não se fazia mais biblioteconomia por vocação, mas pelo simples fato de exercer uma função e ter um trabalho. O intelectualismo não estava mais atrelado à profissão, o colecionar, a procura pelo raro. Ortega y Gasset defende o que hoje é evidente: são raros os apaixonados pela profissão, que a fazem por convicção e vocação.
Remontando a história da profissão do século XV ao século XIX, o autor indica que foi apenas no início do Renascimento que a figura do bibliotecário começou a delinear-se na esfera