Resenha livro cozinha confidencial
O autor do livro, Anthony Bourdain, além de escritor, ou melhor, mais que um escritor, é o proprietário e Chef de um dos restaurantes mais badalados de Nova Iorque, o “Les Halles”, em Manhattan. Anthony teve uma infância bastante confortável e em férias na França acabou descobrindo seu dom para a cozinha ao se encantar com uma sopa fria, o “Vichyssoise”. Na verdade, mais que um dom, ele encontrou uma maneira de superar seus pais que se consideravam verdadeiros gourmets e também de enojar seu irmão. Bourdain, a partir dessa experiência, passou a experimentar tudo o que lhe era servido e mais que isso, passou a pedir quase sempre os pratos mais esquisitos que encontrasse. Quando começou na cozinha profissional, descobriu o quão duro podia ser esse ambiente e, sentindo-se humilhado pelos colegas de cozinha, resolveu melhorar seus conhecimentos e técnicas matriculando-se na CIA (Instituto de Culinária da América). A partir desse ponto, Bourdain passa a narrar o dia a dia de um restaurante sem meias palavras e sem segredos, bem como sua trajetória pessoal, da música punk passando por muito sexo casual e o uso exagerado de drogas. Bourdain expõem ainda algumas malandragens nos negócios incluindo o uso de ingredientes quase vencidos e a lavagem de dinheiro e a difícil sobrevivência dentro do ambiente da cozinha/restaurante. Para quem imagina a cozinha da vovó como modelo, o livro é um choque de realidade. Leitura divertida, que prende do começo ao fim com direito a boas risadas apesar de um certo mau humor do autor, característica de sua personalidade arrogante e um tanto quanto sem educação. O autor ainda nos brinda com algumas dicas como os dias melhores para o consumo de peixes nos restaurantes (levando em conta os dias de compra dos mesmos) e também sugere um olhar cuidadoso para o banheiro do estabelecimento já que, segundo Bourdain, o banheiro é muito fácil de limpar, se ele está sujo, imagine a cozinha.... Livro muito