Resenha livro caminhando na chuva de charles kiefer
Comecei a ler Caminhando na Chuva um pouco desconfiado. Um livrinho fininho, com uma capa feinha e que me passava a impressão de um tema poético-filosófico dos mais chatos.
Me enganei.
Kiefer produz uma narrativa que faz lembrar o consagrado O Apanhador no Campo de Centeio, de J.D Salinger. Um adolescente, estudante do equivalente ao nosso ensino médio na década de 70, conta sobre seu cotidiano em meio ao Regime Militar. Sua pobreza, seus amores, seus sonhos, medos e desilusões. Caminhar na chuva é sua grande felicidade, é assim que se diferencia dos outros, é assim que limpa sua alma.
Sublinhei metade do livro. Eu encontrava frases de impacto em todas as páginas, talvez tenha sido exatamente isso que tenha feito eu gostar do livro de uma forma tão diferente em relação aos demais. As melhores frases:
E também porque foi mais ou menos nessa época que comecei a ler a Bíblia, principalmente os evangelhos, e estava impregnado da filosofia de Jesus, aquela coisa de perdoar setenta vezes sete.
Mas, por ser pobre, por não ter o que os outros tinham, passei a ter mais que os que tinham tudo. Cultura é uma forma de status.
E por maior que fosse o amor, as diferenças eram muitas, e mais fortes.
Quem sabe chorar também sabe explodir de alegria.
… a literatura ia perder quem sabe um grande escritor, mas a vida ganharia um homem feliz.
Os pais são uns chatos, uns idiotas, uns mortos-vivos,