Engenharia
A Mulher do Viajante do Tempo
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PRÓLOGO
Clare: É duro ficar sempre atrás. Espero ao Henry; não sei onde está e me pergunto se se encontrará bem. É duro ser a que fica. Mantenho-me ocupada. O tempo transcorre mais depressa desse modo. Me vou dormir sozinha, e só me acordado. Dou passeios. Trabalho até me esgotar. Observo o vento brincar com os escombros que arrastam o inverno sob a neve.
Tudo parece simples até que pensa nisso. por que a ausência intensifica o amor? Faz muito tempo os homens saíam ao mar, e as mulheres os esperavam, de pé junto à borda, escrutinando o horizonte para divisar o diminuto navio. Agora eu espero ao Henry. Ele se desvanece sem querer o, de repente. Eu o espero; e cada momento dessa espera o percebo como um ano, como uma eternidade. Cada momento resulta tão lento e transparente como o cristal. Através de cada instante posso ver infinitos instantes alinhados, aguardando. por que se partiu aonde eu não posso segui-lo?
Henry: O que se sente? O que se sente em realidade? Às vezes é como se sua atenção errasse durante tão solo um instante. Logo, com um sobressalto, dá-te conta de que o livro que sustentava, a camisa de algodão a quadros vermelhos com botões brancos, seus texanos negros favoritos e os meias três-quartos marrons que clareiam em um talão, a sala de estar, a bule que está a ponto de assobiar na cozinha... Tudo desapareceu. Está de pé, nu como Deus te trouxe para o mundo, metido até os tornozelos na água geada de uma sarjeta situada à margem de uma estrada rural desconhecida. Aguarda um minuto com a esperança de voltar de repente para seu livro, a seu piso e a todas suas coisas. Durante uns cinco minutos blasfemas, treme e desejas por todos os demônios poder desaparecer; logo começa a caminhar em qualquer direção, para ir parar finalmente a uma granja, onde não tem outra opção que roubar ou te explicar. O roubo te conduz às vezes a prisão, mas