Resenha Karl Polanyi
O terceiro capítulo do livro aborda o tema do cercamento de terras, para exemplificar como a intervenção do Estado faz diferença em processos de grandes transformações, como aconteceu na Revolução Industrial. No caso da prática de cercamentos, campos abertos se tornaram fechados e as terras aráveis foram convertidas em pastagem. Para que isso ocorresse, foi necessário que os camponeses saíssem de suas habitações que eram, muitas vezes, tudo o que tinham. Caso a Coroa não tivesse intervido na velocidade dessa transformação, as consequências teriam sido catastróficas. Diminuindo o ritmo desta, foi possível que os camponeses achassem outra forma de sobrevivência, tal como o estabelecimento da indústria têxtil – o veículo da Revolução Industrial. Por outro lado, essa
Revolução, por não ter tido um controle no ritmo da mudança, trouxe uma desarticulação social enorme, tornando as pessoas antes trabalhadoras em mendigos e ladrões.
Já no quarto capítulo, Polanyi defende que o homem não é como Adam Smith diz: um ser com propensão à barganha, permuta e troca de uma coisa pela outra. A economia do homem vem de suas relações sociais: “ele valoriza os bens materiais a medida em que servem a seus propósitos”. Ainda assim, a ordem na produção e distribuição era garantida antes devido a três princípios de comportamento: reciprocidade - “o que se dá hoje é recompensado pelo que se toma amanhã”; redistribuição – há um membro proeminente na sociedade que recebe e distribui os suprimentos e a domesticidade – produção para uso próprio e, posteriormente, é garantida pela economia de mercado.
No quinto capítulo, há a visão de que o motivo da barganha ou da permuta é capaz de criar um mercado e que o controle do sistema econômico pelo mercado gera uma característica fundamental da sociedade: ser dirigida como um acessório de mercado – logo as relações sociais que estão embutidas no sistema econômico. O