Cem anos de paz
Resenha do livro A Grande Transformação, capítulo 1, Cem Anos de Paz, de Karl Polanyi
Curso: Relações Econômicas Internacionais
Disciplina: Sistemas Econômicos Comparados
Aluna: Thaísa Freitas Vidigal
Data de entrega: 25/08/2014
A Grande Transformação é a obra mais importante do filósofo e historiador Karl
Polanyi e é considerada um clássico sobre o capitalismo. Publicado em 1944, o livro também pode ser apontado como uma crítica ao neoliberalismo e suas contradições, ainda que tenha sido escrito antes de seu advento. Para o autor, o sistema que se sustentava na “mão invisível”, na prática precisava de políticas intervencionistas para se manter.
No primeiro capítulo do livro, Cem Anos de Paz, Polanyi apresenta o continente europeu entre os anos de 1815 e 1914, no apogeu do liberalismo. Segundo ele, a cilivização do século XIX se apoiava em quatro instituições: o sistema de equilíbrio de poder, o padrão internacional de ouro, o mercado auto-regulável e o estado liberal. O autor destaca, entretanto, que o mercado auto-regulável era uma utopia, pois inevitavelmente, a sociedade teria que tomar medidas para se proteger.
A paz não foi resultado da ausência de causas graves para conflitos e não era um interesse do Estado, que a subordinava à segurança e soberania, objetivos que não podiam ser alcançados sem o uso de medidas drásticas. O que ocorreu após
1815, com a repercussão das Revoluções Francesa e Industrial, foi um aumento do interesse pelos negócios pacíficos.
O autor também enfatiza que o sistema internacional é muito instável e qualquer desequilíbrio pode comprometer a paz. O simples crescimento da riqueza e da população pode por as forças políticas em movimento, e qualquer mudança do equilíbrio externo irá se refletir no equilíbrio interno. Por isso, a paz só pode ser assegurada, sem uma ameaça permanente de guerra, se for possível atuar
diretamente sobre esses fatores internos. Para garantir a paz, é preciso eliminar as