CEM ANOS DE PAZ
O livro é uma análise profunda, fortemente apoiada em materiais de tipo histórico, do que foi a revolução liberal que varreu o mundo ocidental no século XIX, e quais foram e ainda são as consequências desta revolução para o século vinte.
O objetivo de Polanyi é ressaltar, o que faz com notável discernimento, as implicações sociais de um sistema econômico particular, a economia de mercado que atingiu a sua plenitude no século XIX.
No primeiro capitulo, “Cem Anos de Paz”, o autor destaca o ponto central da argumentação que é formação de um sistema de mercado auto regulável foi um experimento ideal do liberalismo, pois sua efetivação não seria possível sem a eliminação da organização social atual. A sociedade no esforço de proteger-se inviabilizou esse projeto, com intuito de não deixar em pé nenhuma das quatro organizações que o fundamentavam, e que constituíam o centro da civilização do século XIX. São estas instituições as seguintes:
Sistema de equilíbrio e poder, Padrão-internacional do ouro, Mercado auto-regulável e Estado liberal.
O estudo dessas organizações revela que a estabilidade econômico internacional e a evolução que ele proporcionou estavam distante de ser uma simples consequência da "mão invisível" do jogo das vantagens individuais, como planejava a doutrina econômica liberal.
O sistema de equilíbrio de poder não poderia proporcionar a paz, uma vez que arruinada a economia global.
O século XIX gerou um fenômeno sem anteriores nos anais da civilização ocidental, uma paz que durou cem anos – 1815-1914. Além da guerra da Criméia, um acontecimento entre Inglaterra, França,