Resenha humanistas
AUGRAS, M. O SER DA COMPREENSÃO: FENOMENOLOGIA DA SITUAÇÃO DE PSICODIAGNÓSTICO. PETROPÓLIS: VOZES, 1986. CAP. 1
Inicialmente o texto traz alguns aspectos históricos sobre a prática do psicodiagnóstico, e comenta como esta esteve exposta a falhas devido à falta de cursos de especialização ou até mesmo por competências de “profissionais”, que passam tradições para seus aprendizes permeados de incoerências que se distanciam da forma acadêmica de ensino. Podemos ver no texto também, críticas à história da clínica, pois o próprio nome nos remete ao viés médico, e a “supremacia do imperialismo psicanalítico” que por sua vez faz referência a patologias, e dessa forma fixando rótulos, todos acabam ficando em uma condição de doença, onde o normal é considerado fora de moda. Goldstein define doença como “o obscurecimento da existência”, onde existirá doença quando o individuo não responder bem a determinada situação, colocando em risco sua própria vida. A saúde não é um estado, e sim um processo de atualização conjunto com o mundo, e dessa forma, a partir do jogo de interações temos condições de ter saúde, pois na relação do individuo com o mundo dialeticamente ocorre a relações de ordem e desordem. A relação com o psicodiagnóstico é de procurar dizer em que ponto de sua existência o sujeito se encontra e quais os feixes de significados ele constrói em si e no mundo, sendo assim temos uma visão privilegiando o todo. Esta proposta filosófica visa dar segurança para o psicólogo clínico, de forma que o encontro entre o psicólogo e o cliente se torne uma atualização das condições gerais, e na interação eu com o outro, seja permeado por uma compreensão da filosofia existencialista. Vemos também no texto, críticas à forma que o trabalho de ensino é feito na pós-graduação, pois há falta de sustentação, e dessa forma há necessidade de libertar a psicologia que outrora foi classificada como um ramo da filosofia que acarreta