resenha Hobbes: o medo e a esperança Renato Janine Ribeiro
O autor começa seu texto interpretando o conceito de estado de natureza para Hobbes. A origem do estado está num contrato firmado entre seus constituintes. O homem no estado natural viveria sem poder e se organização e esse contrato estabeleceria suas regras de convívio social.
No século XX surgem varias criticas ao contratualistas: Maine diz que seria impossível conceber o homem selvagem sendo capaz de assimilar uma ideia tão abstrata como a de um contrato e seus mecanismos necessários para estabelecer-se. E para ele. Um contrato só é possível a partir de noções de uma longa experiência da vida em sociedade. A guerra se generaliza.
Maine comete um grande erro em sua interpretação: achar que o ser natural de Hobbes é um homem selvagem enquanto na realidade, para Hobbes, o homem não sofreu mutação durante sua história. Seu ser natural é o mesmo que o que vive em sociedade. Partindo desse conceito explicamos porque os filósofos retomam tanto o homem grego e romano com exemplificação da essência do homem.
Hobbes afirma que existe uma igualdade entre os homens (mesmo dentro de suas especificidades) e que por isso nenhum tem direito de dominação sobre o outro, mas que vivem em tensão continua pela ameaça que o outro representa para sua própria liberdade. A partir dai surge o que Hobbes chama do estado de guerra, onde uns atacam os outros por medo de um ataque posterior ou de uma dominação subsequente. Ao contrario da interpretação errônea de que esse estado de guerra seria fruto da irracionalidade humana, Hobbes explica que esta seria a atitude mais racional na existência humana sem um contrato estabelecido, pois a guerra se faz a partir de um instinto de autopreservação. De modo que na natureza do homem encontramos três causas principais de discórdia. Primeiro, a competição; segundo, a desconfiança; e terceiro, a glória. A primeira leva os homens a atacar os outros tendo em vista o lucro; a segunda, a segurança; a