RESENHA FILME: O MILAGRE DE ANNE SULLIVAN.
Daniel Castro
RESENHA FILME: O MILAGRE DE ANNE SULLIVAN.
Pensamos porque temos linguagem?
Essa questão vem intrigando os grandes pensadores ocidentais há muito tempo.
Caso déssemos uma resposta afirmativa a esse questionamento poderíamos sustentar, seguindo um raciocínio lógico, que quanto maior fosse o léxico de um indivíduo maior seria sua capacidade de pensar. Ou mesmo, sendo polêmicos e levando o raciocínio ao seu extremo, maior seria sua capacidade, por exemplo, de amar, na medida em que a linguagem redimensiona os afetos.
Para nós já era claro que linguagem e pensamento estavam intrinsecamente relacionados, mas depois de assistirmos ao filme
“O milagre de Anne Sullivan”, ficou claro, também, que não podemos atribuir uma ordem causal a essa relação e considerar a linguagem de maneira apriorística como condição de possibilidade para o pensamento e muito menos para o sentimento.
O milagre de Anne Sullivan é um filme estadunidense, dirigido por
Arthur Penn, baseado na vida de Helen Keller, uma garota que por ser cega e surda não desenvolveu a linguagem como uma criança
“normal” e por isso viveu encapsulada em si mesma, sem a capacidade de se comunicar de forma adequada com os demais, até que foi libertada de seu cárcere pelo desenvolvimento da linguagem. Tratada apenas como um animal e equiparada a um macaquinho por seus familiares, Hellen Keller, mesmo sem linguagem, pensava e vivia com uma noção limitada do mundo que a cercava. O importante a destacar é que ela pensava mesmo sem linguagem. A falta de estímulos adequados a sua condição singular impediu seu desenvolvimento ideal e coisas aparentemente simples como
sentar- se à mesa para uma refeição eram um problema pra ela e sua família.
Anne Sullivan, uma educadora que também tinha deficiência visual e sabia como a sociedade e a própria família de Hellen a subestimavam por conta de sua deficiência, não desistiu da garota
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