Resenha filme helvetica
Logo no início do documentário o escritor Rick Poxnor demonstra que o contexto em que se deu a criação da Helvetica, o pós-guerra, diz muito sobre sua natureza. Naquele momento da história havia um sentimento de idealismo compartilhado por designers do mundo inteiro, sobretudo da Europa, de que o design seria uma ferramenta para ajudar na reconstrução da sociedade, atribuindo à atividade profissional uma grande responsabilidade social. Essa atmosfera modernista gerou a necessidade de fontes racionais, neutras, com alto grau de legibilidade, aplicáveis a todos os tipos materiais para comunicação e que tivessem o poder de informar de forma inteligível, clara e objetiva.
A partir dessa demanda, é criada na casa de fundição suiça Haas Type Foundry, a Helvetica, por Max Miedinger e Edüard Hoffmann, como uma proposta de releitura da não-serifada Akzidenz Grotesk. Daí derivou a primeira versão do nome da fonte, Neue Haas Grotesk (ou “nova Grotesk de Haas”), que logo se demonstrou inadequada tendo em vista a intenção de exportação para os EUA. A segunda proposta foi Helvetia (ou Suiça, em latim), que também não foi aprovada pois julgou-se absurdo nomear uma fonte com o nome de um país. Então, essa versão foi adaptada para Helvetica, pretendendo significar algo como “um tipo suiço”, o que acabou por inaugurar uma estética tipográfica comumente referida como “tipografia suiça”. No documentário, Rick Poxnor coloca a criação da fonte como o alicerce do idealismo vigente na época de sua concepção.
Helvetica é uma fonte com longevidade, fortemente marcada pelos esteriótipos “legibilidade” e “versatilidade”, o que