resenha fernando fernandez
Livro: O Poema Imperfeito
Autor: Fernando Fernandez
Os naturalistas descobriram as ilhas com paisagens ricas e muitas espécies exóticas, mas também contataram e documentaram cientificamente, pela primeira vez, um dos padrões mais sólidos da ecologia e da biogeografia: as ilhas têm muito menos espécies que os continentes, independentemente de a que grupo de animais ou de plantas estejamos nos referindo. As ilhas menores eram as mais marcantes em relação a pobreza biológica.
A pobreza biológica das ilhas, já era bastante evidente em meados do século XIX, embora as causas desse padrão não fossem de maneira alguma claras.
A explosiva expansão populacional e econômica da humanidade nos últimos séculos transformou o que antes eram grandes áreas contínuas de florestas em paisagens em mosaico, formadas por manchas remanescentes das florestas originais cercadas por áreas alteradas pelo homem de várias formas: plantações, pastagens, assentamentos florestais, acelerou-se imensamente no século XX. O resultado é que hoje, na maioria das regiões do mundo, pobres e ricas, temperadas e tropicais, as florestas originais estão sendo reduzidas a uma grande coleção de “ilhas” de mata, cada vez menores e mais isoladas, cercadas por áreas abertas. Se continuarem as presentes taxas de desmatamento, em poucas décadas essas áreas terão paisagens bem similares à trágica situação que hoje observamos na Mata Atlântica.
Há dois tipos básicos de ilhas, de acordo com sua origem: as ilhas oceânicas e as ilhas continentais. Uma ilha oceânica surge do fundo do mar, geralmente devido a atividades vulcânicas. Já as ilhas continentais eram parte dos continentes no passado, e se tornaram isoladas por amplas variações do nível do mar ao longo do tempo geológico.
Robert MacArthur e Edward O. Wilsom, em 1963 e 1967, formularam uma explicação convincente para o fator pobreza biológica nas ilhas, a chamada teoria de biogeografia e