Resenha ensaio sobre a cegueira

ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA
Subitamente, todas as pessoas começam a ser afetadas pela chamada “cegueira branca”, onde a sensação é de se estar mergulhado num mar branco. É a partir daí que se desenvolve a história do filme “Ensaio sobre a Cegueira”, adaptação do livro de mesmo título do autor português José Saramago produzido em 2008. Os personagens são submetidos a situações que expõem a verdadeira natureza do homem diante da dificuldade, do desespero e da perda de identidade perante a sociedade. Virtude, compaixão, piedade, amor ao próximo, solidariedade, todos os valores aos quais o homem se vê acostumado a lidar caem quando as pessoas se veem num mundo em que não estão acostumadas.
O primeiro a sofrer da cegueira é um homem que está no trânsito. Ele é levado até sua casa por um desconhecido que estava de passagem e lhe oferece ajuda, mas assim que este o deixa em sua porta, rouba seu carro. A mulher do homem, ao saber da súbita cegueira, leva-o até um médico oftalmologista, que não consegue dizer o que há de errado. Este faz pesquisas para tentar descobrir do que se trata, sem sucesso. Na amanhã seguinte, se dá conta de que também está cego. A partir dai a doença se torna uma epidemia e todos da cidade começam a ser afetados pela cegueira branca, de forma que o governo toma a providência de manter todos os contagiados em quarentena em um manicômio.
A única que não sofre da epidemia é a mulher do médico, e é ela que passa a cuidar daqueles dentro do manicômio, sem que saibam que ela pode enxergar. A vivência dentro do manicômio é uma das partes mais chocantes do filme, pois ali as pessoas são submetidas a todos os tipos de situações e experiências desumanas: fome, frio, sede, falta de higiene, corredores imundos, sangue, corpos de pessoas mortas, disputa de poder, exploração. E quanto mais pessoas eram mandadas para lá, pior eram as condições. Um homem, que se nomeou “rei da ala três” tomou posse de todos os alimentos e fez com que todo o restante pagasse pela