Resenha Doutrina do CHoque
Klein a autora do livro do qual se originou o documentário explica logo no início o conceito que utiliza para fazer sua análise: “O estado de choque não é apenas o que acontece conosco quando acontece algo ruim. É o que acontece quando perdemos nossa narrativa, quando perdemos nossa história, quando ficamos desorientados. O que nos matem orientados, fora de choque, é a nossa história”.
O documentário mostra a implantação do neoliberalismo ao redor do mundo, revelando o mito de que o mercado livre anda de mãos dadas com a democracia e a liberdade. O primeiro exemplo mostrado no filme é do Chile. O país latino-americano foi o laboratório do neoliberalismo, experiência bem sucedida para Pinochet. Depois do Chile veio a Argentina os EUA e a Inglaterra. O filme mostra que essa doutrina econômica produz desempregos em massa, aumenta a desigualdade social, concentra o capital nas mãos de corporações transnacionais e enfraquece o poder estatal.
A autora define a prática da doutrina do choque assim “A pilhagem sistemática da esfera pública depois de um desastre. Quando as pessoas estão muito centradas na emergência, em suas preocupações diárias, para proteger seus interesses”. Isso fica claro quando o documentário mostra que depois de um tsunami no Sri Lanka, os moradores do litoral atingido não podiam voltar pra suas casas, pois o terreno seria vendido para a construção de hotéis luxuosos. Ou quando praticamente toda a infraestrutura do Iraque foi privatizada depois da invasão.
O documentário evidencia o dano generalizado que o neoliberalismo causou e continua causando, jogando pessoas pra baixo da linha da pobreza e enfraquecendo qualquer possibilidade do estabelecimento de uma política voltada para o bem público.
Atualmente em paralelo com as políticas neoliberais, existe também um enorme jogo de desorientação global fazendo com que os