Guerra fria
Surprise, Security, and the American Experience*
GADDIS, John Lewis. Cambridge, MA: Harvard University Press, 2004, 150 páginas.
Carlos Gustavo Poggio Teixeira**
Os ataques de 11 de setembro de 2001 não foram os únicos que pegaram os Estados Unidos de surpresa. Mais do que isso: a resposta a esse tipo de ataque com a conseqüente redefinição da política externa a partir da idéia de que a expansão do poder norte-americano é o caminho para se garantir a segurança não é exatamente uma novidade na história do país. É a partir desses argumentos que John Lewis Gaddis estrutura o seu livro Surprise, security and the american
*Resenha recebida em maio e aprovada em outubro de 2007. Todas as citações da presente resenha foram livremente traduzidas pelo autor. **Mestre em Relações Internacionais pelo Programa San Tiago Dantas (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo/Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho/Universidade Estadual de Campinas – PUC-SP/Unesp/Unicamp) e doutorando em Relações Internacionais pela Old Dominion University (Virginia, EUA) como bolsista da Capes/Fulbright. E-mail: cgpteixeira@gmail.com.
CONTEXTO INTERNACIONAL
Rio de Janeiro, vol. 30, no 2, maio/agosto 2008, p. 529-540.
529
Resenha
experience, que se originou a partir de palestras dadas pelo autor sobre a política externa dos Estados Unidos. Gaddis é professor de história da Universidade de Yale e é considerado um dos mais conceituados estudiosos da história da política externa dos Estados Unidos, notadamente durante o período compreendido pela Guerra Fria. O autor é considerado a principal figura da escola “pós-revisionista” desta guerra. Enquanto os primeiros historiadores daquele período atribuíam as origens do confronto bipolar às ações de Stalin, a escola “revisionista”, que veio a seguir, via nos interesses dos Estados Unidos, especialmente nos interesses econômicos, o principal motor da Guerra Fria. A partir da década de 1970, entretanto, a