Resenha, Dom Casmurro
O casamento sempre fora estável e cheio de amor, mas o ápice da obra fica por conta da desconfiança que Bentinho tem quando percebe que seu filho e de Capitu, Ezequiel, é a imagem perfeita do seu melhor amigo, Escobar. A dúvida da traição se torna então, o ponto principal de toda a narrativa, prendendo a atenção do leitor até o último capítulo e tornando desesperada e solitária a vida de Bentinho.
Uma das características principais do autor, Machado de Assis, é analisar psicologicamente os seus personagens, nos fazendo o favor de deixar claro em suas entrelinhas os pensamentos e segredos mais obscuros da mente, no caso, de Bentinho. Seu medo, seu egoísmo, sua raiva, sua decepção, todos seus sentimentos são estampados ao longo da narração e acaba por se tornar uma narrativa confusa, que sem essa análise psicológica de Machado, jamais seria impossível entender os acontecimentos desconexos. Dom Casmurro também é composto de outra característica machadiana: o pessimismo e a ironia; o primeiro, visto no fato de que Bentinho somente via a traição em sua vida, nada mais; e o segundo, na forma como tratava essa situação e os envolvidos.
A principal questão é: afinal, Capitu traiu ou não traiu Bentinho com Escobar? Podemos citar alguns fatos:
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