Resenha do texto: “Introdução a uma abordagem psicanalítica da questão das drogas na adolescência”
Temos dois conflitos básicos que são revividos pelo adolescente. São eles o conflito de separação/perda do objeto e o conflito edípico. O primeiro conflito remonta ao estágio mais primitivo da vida psíquica e está diretamente ligado a emergência do psiquismo. Pois é a partir da perda do objeto que os processos de elaboração começam a se instaurar. Surge então o conflito de dependência-independência entre o “eu” e o objeto. Na adolescência ocorre a reedição desse conflito em relação aos familiares, pois o investimento libidinal não seria mais nos objetos familiares, e passaria a ter um investimento no externo. O que implica na perda e luto dos “objetos familiares" e a droga pode ser um objeto intermediário para alcançar uma dependência adulta porém sem possuir autonomia, faz isso de forma violenta para tornar-se independente em relação aos pais, o que pode cristalizar uma “dependência adicta”, onde a droga seria o objeto usado para se apoiar em algo. Pois ela cria um sentimento de capacitação, poder e vivencia de onipotência.
Sabemos que o uso de droga na adolescência é a emergência de um sintoma, e não há uma fórmula mágica, o psicanalista não pode vir com discursos moralistas, pois isso afasta o paciente, ele precisa investigar a singularidade de cada caso e a partir da história do sujeito não pode ser pensado como “doença”. Precisa haver um deslocamento do foco do objeto droga para o sujeito que se droga, onde pode se levantar questões como: “o que há na dinâmica intrapsíquica do sujeito que o faz encontrar essa saída adictiva?”.
O uso de drogas de forma adictiva caracteriza-se por se uma tendência compulsiva a uma ação, uma dependência que