Resenha do texto A Ascensão da Alemanha Industrial” de Tom Kemp
Pedro Henrique Evangelista Duarte
No tratamento do processo de desenvolvimento da indústria alemã, Tom Kemp faz uma descrição histórica dos fatores que permitiram que esse processo ocorresse, mas principalmente destaca a estratégia do país na sua industrialização já que, naquele momento, a Inglaterra já estava consolidada como grande potência industrial. Nesse sentido, o autor ressalta que a alta concentração do poder econômico nas indústrias avançadas, a forte associação entre a indústria e os bancos e a combinação de uma estrutura institucional arcaica e tradicional com as formas de capitalismo mais desenvolvidas deram ao capitalismo alemão um caráter que lhe é específico. Obviamente, existiam condições na Alemanha que prevaleciam também em outros países. O investimento em estradas de ferro era característica marcante da indústria inglesa; e associação entre capital bancário e indústria era encontrada na indústria americana. No entanto, esses pontos mais gerais, assimilados a ações que lhe foram peculiares, permitem qualificar a industrialização alemã como possuidora de certas especificidades. De acordo com o autor, a Alemanha possuía uma estrutura social com bases camponesas, feudais e servis, enquanto que a estrutura política era baseada na autocracia. A agricultura era pouco produtiva e desenvolvida, fato decorrente da servidão coletiva. Como não havia uma dinâmica de mercado consolidada, suficiente para incentivar o investimento privado em determinados setores, o Estado acabava – mesmo que visando atingir mais os objetivos monárquicos do que objetivos sócio-econômicos – realizando investimentos, que resultou na montagem de um aparato estrutural fundamental para o posterior desenvolvimento industrial. Por sua vez, a invasão francesa acabou por desarticular a velha estrutura agrária, mas introduziu elementos de uma vida econômica mais liberal. À medida que a agricultura era desestruturada,