Resenha do texto: novas configurações da divisão sexual do trabalho.
Sobre as Autoras: Helena Hirata e Danièle Kergoat
Helena Hirata é socióloga especializada em comparações internacionais do trabalho e das relações de gênero, é pesquisadora do GERS (Genre et Rapports Sociaux) e do Centre National de la Recherche Scientifique, na França. Possui graduação em Filosofia pela Universidade de São Paulo (1969) e doutorado em Sociologia Política pela Universite de Paris VIII (1979).
Fez a Habilitation à diriger des recherches (HDR), equivalente à livre-docência pela Universidade de Versailles-Saint-Quentin-en-Yvelines. Suas pesquisas são voltadas para a área de Sociologia do Trabalho e do Gênero.
Danièle Kergoat é professora e atua em centros de pesquisa. É autora de livros sobre mulheres, gênero e trabalho. É uma das autoras que defendem uma concepção de "relações de gênero", que visa proporcionar uma análise de base materialista das relações entre homens e mulheres em uma sociedade capitalista.
Avaliamos como de suma importância a leitura do texto apresentado, pois as autoras, Hirata e Kergoat, constroem uma real contribuição para o tema “Divisão Sexual do Trabalho” analisando as transformações e particularidades que ocorrem no mundo do trabalho. O que de mais esclarecedor o texto traz, é o intuito das autoras em desconstruir a constatação de que não é possível uma mudança na divisão sexual do trabalho em nossas sociedades. Ou seja, o texto nos faz entender a importância de, não apenas refletir sobre os reais motivos da permanência da desigualdade da divisão sexual do trabalho, mas, sobretudo, refletir na possibilidade de mudar tal situação.
As autoras iniciam o texto construindo uma análise sobre a gênese do conceito de “Divisão Sexual do Trabalho” na França, afirmando que o termo é interpretado de duas maneiras distintas. Uma delas, segundo as autoras, é sobre uma interpretação sociográfica, que estuda a distribuição diferencial de homens e mulheres no