Resenha sobre montesquieu
Para que se possa compreender a estruturação do texto, imprescindível termos em mente que Montesquieu, no contexto iluminista, diferencia-se dos filósofos contratualistas que o precederam (e no caso de Rousseau que o sucedeu) por seu interesse pelo histórico, marcado “pelo abandono de qualquer história hipotética do estado de natureza: os homens tais quais são” (ALTHUSSER, 2007, p. 24). Deste modo, é na chave do iluminismo - crença na capacidade do homem descobrir as coisas por si só – que Montesquieu passa a pensar o problema da diversidade humana, uma novidade posta ao contexto europeu pós-grandes navegações. Uma atitude que para Aron seria considerada sociológica: “a intenção de O Espírito das Leis, pelo que me parece, é evidentemente sociológica” (ARON, 2008, p. 4). Ademais, é a prova empírica de sociedades muito diferentes entre si que coloca em cheque um ponto caro ao pensamento jusnaturalista, o da essência em comum ao o homem. Surge a necessidade “de explicar essa diversidade” (ALTHUSSER, 2007, p.25).
No Livro I, buscando a compreensão da diversidade, Montesquieu dá um