Resenha do texto Modernismo Revisitado
Eduardo Jardim de Moraes
Resenha
O autor de “Modernismo Revisitado” (In: Estudos Históricos, Rio de
Janeiro: FGV/CPDOC, 1988. V.1, n.2.), Eduardo Jardim de Moraes, é professor de filosofia na PUC-Rio. Fez mestrado na PUC, doutorado na UFRJ e pósdoutorado fora do país, na Alemanha. Publicou diversos artigos sobre filosofia e pensamento brasileiro, além do livro “A brasilidade modernista: sua dimensão filosófica (Rio de Janeiro, Graal, 1978). Ele é especialista no modernismo de
Mário de Andrade, que será citado diversas vezes por ele na obra. Escreveu, além deste, outros textos abordando a questão modernista.
O modernismo brasileiro da década de 20 tinha como proposta a adaptação da produção cultural do país ao tempo presente. O Brasil estava
“atrasado” em relação às “nações cultas”. Era necessário, para atingir a modernização, buscar a identidade nacional. Tanto através da tradição quanto da atualidade. Porém, era essencial naquele momento afastar as formas de construção artísticas passadistas, para que fosse possível a incorporação de linguagens artísticas relativas ao presente. Esse percurso do modernismo apresenta dois momentos diferentes, descritos de forma esclarecedora no texto. A proposta de renovação artística é realizada, em um primeiro momento, de forma imediatista. O objetivo fundamental do movimento é a integração do
Brasil à ordem moderna universal. Para atingi-lo, os modernistas importam padrões europeus até 1924. A modernização é vista a partir da utilização de tendências artísticas europeias a fim de atualizar a produção nacional. No entanto, Eduardo Jardim mostra que os modernistas não foram bem sucedidos
neste primeiro momento. O atraso cultural do país em relação às nações mais ricas permaneceu presente.
O segundo momento é de extrema importância para a consolidação do modernismo brasileiro. O fracasso do imediatismo inicial leva os artistas a buscarem uma nova solução para a incorporação do