Resenha do livro o mito da desterritorialização
No livro “O mito da desterritorialização – Do ‘fim dos territórios’ à multiterritorialidade”, Rogério Haesbaert fala sobre os principais fatores vinculados à evolução do pensamento sobre a dinâmica territorial e aborda uma proposta de estruturação do espaço geográfico em múltiplos territórios. Primeiro o autor apresentou o termo ‘desterritorialização’ tal como foi abordada pelas ciências sociais e humanas, categorizando-a em quatro perspectivas teóricas básicas: a econômica, que foi associada ao período pós-fordista, que constituiria uma desterritorialização flexível, tal qual à organização espacial do processo produtivo; a política, que estava associada a uma debilitação do Estado e das fronteiras de seu domínio espacial, provocada sobretudo pela grande rapidez atual do espaço na contemporaneidade, propiciada pelas redes; a cultural, segundo a qual não haveria uma relação nítida entre identidade e território na atualidade, e sim uma miscigenação cultural, acompanhado de uma translocalização, e a filosófica, onde a desterritorialização aparece ligada à idéia de “linha de fuga”.
Embasando-se nessas perspectivas da desterritorialização, Haesbaert mostra três panoramas através dos quais o território é definido. O panorama materialista, que podem ser dividida em outras três concepções básicas: aquelas de cunho naturalista, onde o território é concebido como um substrato material; a concepção econômica, a qual vê como um espaço relacional mais concreto e aquela onde o território é um espaço de dominação política. O panorama idealista, onde, de uma maneira geral, o território aparece definido e delimitado segundo uma dimensão social simbólica e por último o panorama integrador, dentre os quais menciona-se as concepções de território relacionado a um sistema de objetos e ações, vinculado à experiência total do espaço engendrado pela repetição do movimento.
A partir da