Resenha do Livro "Raízes do Brasil" de Sérgio Buarque de Holanda
Sérgio Buarque de Holanda, ao escrever “Raízes do Brasil”, escreveu junto ao seu país um retrato de toda a realidade à qual fomos submetidos como povo, desde a colonização até os dias contemporâneos ao autor, na década de 30. O trabalho a ser analisado é tido até os dias de hoje como um dos mais completos meios de se compreender a formação do nosso país enquanto povo com reconhecimento de uma identidade nacional, assim como todo o desenvolvimento da história de pouco mais de quatro séculos de uma terra colonizada por europeus, ocupada por indígenas e explorada com povos negros vindo de todos os cantos, afim de tornar-se, hoje, o que chamamos de um país multi-étnico e miscigenado. Apesar de jornalista, Buarque de Holanda presenteou a historiografia brasileira com um dos mais importantes estudos sobre o próprio brasileiro e seu passado, a fim de compreender o futuro. O fez, assim, utilizando grande argumento pessoal ao analisar o cotidiano da colônia, com um método de estudo baseado nas relações, vivências e interações dos que aqui habitavam, sejam eles nativos, descendentes ou europeus. O livro aborda a colonização como fruto de uma empreitada de Portugal a fim de garantir controle sobre terras e riquezas, a exploração e uma possível saída para uma crise econômica sem fim da metrópole. O autor ainda elucida aspectos divergentes dos modelos de colonização aplicados pelos lusitanos no Brasil, e pelos britânicos na América do Norte, comparando as colônias de povoamento dos Estados Unidos aos que ele se referia com “aventureiros”, que aqui vieram explorar. Ele afirma que o caráter aventureiro proporcionou enorme adaptabilidade ao conquistador que vinha para o Brasil, ao se mostrar capaz de moldar-se à realidade que aqui encontrava, Buarque aponta esta como uma característica positiva da colonização lusitana, por considerar que este