Resenha do livro Festa no Pedaço
do tempo livre em bairros periféricos, nos quais o lazer não era considerado prioridade,
a partir da análise da importância do lazer no cotidiano da população e da forma efetiva
com que ele é desfrutado. Tal estudo foi realizado não apenas a partir da coleta de
dados por pesquisas e questionários, os quais o autor viu não mostrarem a realidade,
como, também, pela observação através da inserção do autor na vida diária da classe
popular, obtendo dados mais fiéis à retratação das atividades exercidas fora do tempo
de trabalho. Analisando o cotidiano das chamadas “massas marginais” pelo aspecto do
tempo livre, tratado na maior parte das vezes com menor importância em decorrência
a outros assuntos, como o trabalho e a política, Magnani busca a imersão na vida
diária sem deixar a mesma tornar-se familiar a ponto de perder questões, visões ou
informações importantes para o estudo e tentando eliminar um dos pré-conceitos
feitos sobre o lazer, do mesmo como válvula de escape e alienação, trazendo à tona
o aspecto educativo do lazer e seus significados para quem o pratica, principalmente
através da atração do circo-teatro.
Magnani inicia seu livro falando a respeito da periferia. As “massas marginais”,
também chamadas “classes populares” e sua localização geográfica nos bairros
periféricos, que são muitas vezes exploradas em seus aspectos políticos, pelos
movimentos sociais organizados. O autor discorre sobre a formação da população
destes locais, muitas vezes migrante de fora da cidade e que vai à mesma em busca
de uma expectativa de realização de projetos de vida. Os mesmos, porém, mostramse muitas vezes inviáveis quando a expectativa acaba por ser diferente da realidade
oferecida, cheia de desigualdades e com bem menos ofertas do