RESENHA DO LIVRO DE VERA LÚCIA FERLINI
OS FIDALGOS DO AÇÚCAR
No mundo do açúcar destacavam-se os senhores de engenho, graças a sua grande quantidade de bens que compunham o seus patrimônios (cabedais) investidos na organização da manufatura. O título aspirava nobreza, riqueza e poder.
A hegemonia dos senhores de engenho levava-os a atitudes autoritárias e discriminatórias em relação, não apenas a seus escravos, mas ao restante da comunidade branca.
Os jesuítas tentavam interferir na realidade do escravismo, mas de nada adiantava, essa prática só teria êxito caso houvesse num sistema capitalista, na situação colonial o processo de trabalho era pela exploração do branco sobre o negro, resultando em violência e impulsividade.
Polarização da sociedade colonial em duas categorias fundamentais- senhores e escravos. Escondia diversos grupos intermediários que compunham o universo social do Nordeste açucareiro.
Vera Lúcia crítica Caio Prado Júnior quando ele se refere à estrutura social simples, onde ele coloca de um lado os proprietários rurais, a classe abastada dos senhores de engenho e fazendas; do outro, a massa da população hipotética trabalhadores do campo, escravo e semi-livres. Visto que não havia sequer homogeneidade na classe abastada dos senhores.
Senhores e Lavradores eram colocados como a alta cúpula da sociedade, mas entre eles havia uma grande diferença social. Entretanto, na hierarquia social os lavradores de cana distinguiam-se de outros lavradores. O trato dos canaviais pôde abrigar outro tipo de colonos que não só os donos de engenho, o Estado procurava fixar indivíduos na colônia, acenando-lhes com participação nos lucros do açúcar e assim engrossar a massa branca livre da população.
A LAVOURA DE CANA: VIA DA QUALIFICAÇÃO SOCIAL
Se mudar para a Colônia era uma maneira de qualificar-se socialmente e economicamente no Brasil. Participar da produção do açúcar era uma forma de enobrecimento, de ascensão social. Se o título de