Resenha do livro de philippe ariès história social da infância e da família
1º O SENTIMENTO DA INFÂNCIA
1 As Idades da Vida
Assim que uma criança nasce, passado um tempo, já começa a falar suas primeiras palavras, aprende a dizer seu nome, nome de seus pais e a sua idade. Mas no século XVI ou XVII, as exigências de identidade civil ainda não eram tão impostas desse modo. Achamos normal uma criança responder a sua idade corretamente quando questionada. Acontece que em certos lugares, como por exemplo, na savana africana, a noção de idade não se dá claramente como deveria. Nas civilizações técnicas, isso já se tornou corriqueiro, sabemos que precisamos da data de nascimento, para fazer viagens, votar, preencher formulários, entre outros tantos. A criança logo se tornará Fulano N, da turma X. Depois de adulto, ganhará um número de inscrição juntamente com sua carteira de trabalho, esse número passará a acompanhar seu nome. O cidadão será um número, que começa por seu sexo, seu ano e mês de nascimento. O serviço de identidade pretende chegar à meta de que um dia todos terão seu número de registro, por isso tantas campanhas conduzindo a fazer o registro de nascimento das crianças.
Foi na Idade Média que surgiu o sobrenome, um nome apenas estava muito impreciso, portanto resolveram completar esse nome com outro logo após, que muitas vezes era nome de lugares. Atualmente, a identidade da pessoa é um documento legalmente imensurável e muito preciso em questão numérica. Existem também outros tipos de documentos, como títulos de comércio, letras de câmbio, cheques, testamentos, que não exigem data de nascimento, mas que são importantes da mesma forma.
Acredita-se que somente no século XVIII, os párocos passaram a ter registros exatos como um Estado moderno deve ter, essa importância da idade deu-se a partir dos reformadores religiosos e civis que impuseram isso nas camadas mais ricas da sociedade, as camadas que freqüentavam os colégios.
A idade passou a ganhar