RESENHA DO FILME
O filme “E se vivêssemos todos juntos?” foi produzido por Stéphane Robelin e conta parte da história de Annie, Jean, Claude, Albert e Jeanne, cinco amigos de longa data, que já se encontram na velhice. Jeanne tem câncer, mas prefere esconder do marido que continua doente, porém, já prepara todo o enterro, com a escolha do caixão às flores. Já Albert, é casado com Jeanne e começa a apresentar pequenos esquecimentos, que ao longo do filme vão se tornando mais evidentes e mais graves. Jean é um militante, que continua lutando por seus direitos. Claude gosta de tirar fotografias de mulheres nuas e ainda se relaciona com prostitutas, possui uma vida sexualmente ativa e é parte importante do que ele é. Já Annie é casada com Jean e sente desejo de ter mais tempo com seus netos, ter a casa cheia pelas crianças. O filme começa com essas apresentações e uma das cenas mais marcantes é a reivindicação de Jean. Nota-se como ele é ignorado pela polícia, mesmo ao tacar uma pedra no capacete de um deles. É como se o pensamento do policial fosse “ele é velho, vai morrer mesmo, não vale a pena prendê- lo” ou “coitado, não posso prendê
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lo porque é velho”. Ou seja, o pensamento de que a velhice é o fim, de que a velhice coloca as pessoas no papel de pobres coitados, de pena, de pouca importância. E Jean, claro, fica revoltado por não ter sido preso, por não ter sido ouvido, era como se ele fosse invisível no meio da multidão, como se sua opinião pouco importasse. E é muito comum as pessoas terem essas atitudes com a velhice, a dar pouca importância ao que o idoso diz, afinal “ele é velho”, esquecendo
-se que são pessoas com ideias, opiniões e que são mais sábias que os mais jovens.
Outra questão típica da conhecida “terceira idade” é a internação em asilo, vivenciada por Claude, no qual seu filho crê que será o melhor para o pai, que lá ele terá cuidados, mas desconsiderando o desejo de Claude, que é continuar morando