Resenha do filme “Recursos Humanos” de Laurent Cantet
Franck é um jovem estudante que consegue estágio no departamento de Recursos Humanos de uma fábrica em que seu pai trabalha há trinta anos. Ele, através de muito empenho e criatividade visava um acordo entre o sindicato e a direção da fábrica a respeito da redução das horas de trabalho dos empregados Entretanto, o rapaz não tinha ciência de que seu trabalho é, na realidade, um caminho para a reorganização e reestruturação da empresa que aponta para a redução da força de trabalho, demissões. Alguns pontos importantes foram apontados ao longo do filme e merecem atenção especial:
1. Máquinas perigosas Em sua primeira visita à fábrica, um trabalhador impede a entrada de Franck, dizendo que não tem permissão para ver o trabalho de seu pai (também funcionário). A explicação do homem fundamentou-se no fato de que havia máquinas muito perigosas no local. Nesse momento há uma questão muito séria sendo tratada: as condições de trabalho. Um local de trabalho não poderia expor a vida de seus funcionários a risco algum, devendo zelar pela saúde, integridade e segurança desses.
2. Pressão/fiscalização da velocidade/eficiência Em uma passagem do filme aparece um funcionário responsável pela fiscalização dos outros empregados que pressiona demasiadamente o pai de Franck a realizar a sua tarefa numa velocidade fora do normal, pouco se importando com a integridade do sr. Os empregados daquela fábrica vivem sob uma intensa pressão a fim de satisfazer os interesses dos empregadores, que se resume a lucro, eficiência e produtividade. Esses, por sua vez, optam por contratar o menor número de pessoas para realizar a maior quantidade de trabalho possível, resultando, assim, numa exploração desumana da mão de obra.
3. “Trabalhar menos, mas melhor” O filme retrata uma luta por 35 horas de trabalho por semana, ou seja, pela diminuição do tempo de serviço. Há, entretanto, uma crítica a essa questão: os