Resenha do filme uma prova de amor
Biodireito. Bioética. Dignidade da Pessoa Humana
Dayse Cristina Moreira dos Reis[1]
INTRODUÇÃO
Quanto vale uma vida? Até que ponto é possível prolongar uma vida que se esvai? Como sacrificar a vida de um filho em detrimento de outro? É ético manter uma vida a qualquer custo? Essas são algumas questões que o filme Uma Prova de Amor golpeia-nos, as quais são capazes de revolver todos os valores morais, éticos e jurídicos vigentes na sociedade moderna. A película conta a história de Anna, sendo esta a narradora-personagem da história, uma criança que foi ‘projetada’ com uma finalidade específica: salvar a vida de sua irmã Kate que padece de leucemia. Orientados pelo médico, os pais de Kate, Sara e Brian, decidem realizar um procedimento de fertilização in vitro a fim de que a criança gerada (Anna) possa ser doadora de sua filha enferma. Desde a tenra idade, ou seja, desde recém-nascida, Anna passa por procedimentos clínicos e intervenções cirúrgicas, quais sejam, doação de sangue do cordão umbilical, doação de células, a fim de ajudar a irmã. No entanto, tais procedimentos ainda se tornam ineficazes e, devido a complicações renais, cogita-se então a doação de um rim para salvar a vida de Kate. Os pais das meninas, Sara e Brian, tem por certo que o transplante será realizado, vislumbrando, assim, uma possível cura para a filha mais velha. No entanto, a irmã doadora, contando já com 11 anos, decide não doar o seu rim, pois não aguenta mais submeter-se a tantos procedimentos, e para tanto contrata um advogado para defendê-la dos seus próprios pais! Anna reivindica sua emancipação médica, isto é, requere o direito[2] de dispor do próprio corpo sem ter que passar por um transplante renal que não deseja; reivindica a sua autonomia diante do seu próprio