Resenha do filme Morte ao Rei
O filme retrata uma Inglaterra em ruínas (em 1645, meados do século XVII), a guerra civil que dividia o país terminou. Os Puritanos derrubaram o Rei Carlos I e ganharam uma batalha contra a corrupção. Com isso, surgem dois heróis: Lorde General Thomas Fairfaix e o sub-General Oliver Cromwell. A missão de ambos é unir e reformar o país. Fairfaix, membro da aristocracia, quer uma reforma moderada, enquanto Cromwell exige a execução do rei. O rei deposto acredita que seu reinado foi roubado e busca reconquista-lo.
Porém, ao longo do filme, percebe-se que Fairfaix se encontra cada vez mais dividido entre a felicidade, a esposa, Lady Anne, seu filho que ira nascer preservando sua classe social (ela pertencia à monarquia) e a causa revolucionária defendida por seu companheiro, Cromwell.
Cromwell passa a agir de forma cada vez mais agressiva e brutal, fazendo com que Fairfaix perceba que precisa detê-lo, iniciando assim a batalha onde a traição e a conspiração são as principais armas dos dois homens mais poderosos do país.
Com este filme, podemos perceber claramente a elucidação de uma historia política e social de um país que tinha no poder um rei que o representava. Fica possível a percepção de características marcantes nos três personagens principais: Rei Charles I, cuja figura representa o próprio Estado na totalidade da abrangência do termo; o Lorde Fairfaix, cuja figura representa a sociedade organizada, com atitudes nobre, em suma, o ideal de povo; por fim, e mais contraditório, a figura do General Cromwell, cuja representação alude ao conceito de sociedade como um sistema de organização inevitavelmente conflituoso. Esta última personagem, retrata a linha tênue que separa o Estado autoritário e a sociedade organizado, com desejos e atitudes nobres. É o meio termo, e dada sua natureza indefinida, traz em si a ideia de conflito de maneira patente, pois, como bem representa o filme, se perde entre os ideais puritanos e a tirania