Resenha do filme "kaspar hauser"
Kaspar Hauser foi criado dentro de um cativeiro durante toda a sua vida. Nunca teve contato com o mundo exterior, mal sabia andar, falar, sonhar, ou fazer qualquer coisa que um ser humano normal faz. Um homem, deixava um jarro d'água e um pedaço de pão em seu cômodo enquanto dormia e o ensinou a escrever seu nome e a repetir algumas palavras. O fato de Kasper ter sido privado do convívio social, o trouxe gravíssimas sequelas em relação a sua formação como indivíduo. O desconhecimento da forma de se comunicar, de se como se alimentar adequadamente, da fé, da cultura da sociedade onde morava - Kasper não vivia junto com os indivíduos desta, muito menos sabia da existência de uma -, da razão de sua existência e a dos homens num geral, foram consequências que Hauser teve de lidar quando foi retirado de seu cativeiro. Hauser foi encontrado no meio de uma praça de Nuremberg, em 1828, onde foi abandonado pelo homem que o deixou portando um livro de orações, artefatos que indicavam que ele provavelmente seria de origem nobre e uma carta, que continha uma breve apresentação da situação pela qual passara ao longo de sua vida. O capitão da cavalaria local, o qual foi destinada a carta, direcionou Kaspar à uma torre onde ficava o dia todo sentado no chão com as pernas esticadas. Suas atitudes eram curiosas, o que despertou interesse em muitos, que ficavam por admirar sua cela, como se tratasse de uma atração de circo. Por esse motivo, foi levado a um circo, para que o dinheiro arrecadado em sua apresentação fosse destinado à ajuda de custo de seu sustento. Foi nesse circo que conheceu o professor Daumer, que o acolheu e deu início ao processo de socialização. Apesar do desenvolvimento das habilidades motoras e de comunicação, a mente de Hauser se assemelha à uma mente infantil, não possui malícia ou preconceitos, não se adapta e não compreende os dogmas sociais, científicos e religiosos.