Resenha do filme Histórias Cruzadas
Por Ana Paula Heck Rodrigues Histórias Cruzadas é um filme sobre tentar mudar o que é imposto. Skeeter, uma moça recém-formada em jornalismo, quer conseguir um emprego de jornalismo sério, já que para ela, como mulher, a única vaga em jornalismo era uma coluna de afazeres domésticos. Ela percebe para conseguir o seu lugar é necessário fazer algo grande. Observando as empregadas domésticas e toda a injustiça que era imposta a elas, Skeeter decide contar suas histórias e seus pontos de vista. Acredito haver dois focos principais no filme: a luta das empregadas negras contra a realidade imposta a elas como seres inferiores e as das mulheres que não se submetem ao poder patriarcal. Como bem fala o filme, suas histórias se cruzam por não aceitar aquilo que lhes é imposto como verdade absoluta. Logo no início, as empregadas não aceitam participar da escrita do livro. Para elas essa cultura de vida de empregadas está enraizada dentro dela, pois antes delas suas mães também foram empregadas e possivelmente suas bisavós eram escravas. São anos de vidas se repetindo sem que ninguém faça algo para mudar isso. Existe o medo da reclusão, de não ser mais aceito por seus pares por ser aquela que quebrou as regras, que não se pôs no seu devido lugar e representou o papel estipulado. Enquanto isso, as “damas da sociedade” devem estar sempre perfeitas, em casa, esperando seus maridos. Elas devem parecer sempre felizes, estar maquiadas e impecáveis, concordando com tudo que o marido fazem. Sua expectativa de vida é ter um bom casamento e um marido provedor, com uma linda casa para cuidar. A primeira personagem instituinte é Skeeter: primeiramente por ser uma mulher que fez faculdade de jornalismo e quer ter um emprego e uma carreira e também pelo fato de não considerar um casamento o ponto auge da sua vida. Skeeter não se submete a instituição. Ela vê as mulheres negras como pessoas e se importa com elas e quer ajuda-las, ela quer mudar