Resenha do filme as aventuras de PI
Isso, aliás, mostra um pouco das diferenças essenciais entre a cultura ocidental e oriental. O adolescente indiano, ao invés de tentar esquecer o que aconteceu - por mais dramática que a experiência tenha sido - procura dar um significado maior ao seu passado. Isso provavelmente faz dele não só uma pessoa mais forte, mas igualmente serena, como mostram seus sorrisos doces e o leve humor com o qual conta uma história tão difícil.
Além das belas atuações, pode-se dizer que grande parte do trunfo do filme encontra-se no bom gosto do diretor Ang Lee, que nos envolve no clima indiano, com suas músicas, paisagens, deuses e filosofias. Ele mostra com lirismo como um jovem indiano pode sobreviver por meses no Oceano Pacífico sem perder a fé, principalmente na companhia de um adorável e também assustador tigre, chamado "carinhosamente" de Richard Parker.
PI E SUA MENSAGEM DE FORÇA
Desse modo, o que poderia ser mais uma sucessão de imagens de desespero, medo, revolta, tristeza e terror - tão comuns em filmes desse tipo - se torna uma sequência exuberante de belas imagens, que mais elevam o espírito do que nos leva à tristeza. Este fato chega a ser curioso, pois antes do naufrágio Pi não tinha uma religião definida. Após um período de experimentações na infância, ele praticamente se ocidentalizou, por assim dizer, quando passou a seguir a filosofia da razão e da ciência de seu pai. A partir daquele momento, toda a magia da vida