Resenha do Filme Abril Despedaçado
Mãe
O filme Abril despedaçado (suíço-franco-brasileiro de 2001), conta a história de duas famílias que herdaram não somente as terras em que vivem, mas acima de tudo uma rixa eterna dos seus antepassados.
A narrativa se dá no início do século XX em 1910 no sertão nordestino. Porém não muito além da realidade nos nosso dias como veremos através da educação familiar.
Neste drama, os membros familiares apenas respiram a vingança, cobrando o sangue derramado de um ente já morto por essa rivalidade. Este sangue é o determinante para se manter a regra do olho por olho, dente por dente. Espalhado na camisa do assassinado após ficar amarelado pelo tempo, a vingança volta à tona.
O ponto central é a família de “Pacu”, o Menino, que convive isento de relacionamento e diálogo, onde existe apenas a criação do “Pai” que alimenta sua família apenas a viver em prol da cobrança do sangue de seu primogênito assim como de todos os outros já mortos pelo mesmo motivo.
Pacu é sonhador, assim como o nome herdado pelo circense Salustiano e, a partir do livro presenteado pela também circense Clara, conhece o mundo das águas, o mundo inverso da sequidão do Riacho das Almas lugar em que vive. Pacu idealiza este mundo e passa a viver essa verdade conduzindo seu irmão mais velho Tonho. Este por meio de Pacu abre os olhos para uma nossa possibilidade de vida.
A simbologia dos nomes dirige o filme. Clara que chega para “iluminar” as vidas de Tonho e Pacu.
Tonho que mesmo sendo um jovem sem perspectiva, preserva sua identidade.
O Pai e a Mãe, desiludidos que continuam apenas com os pronomes para serem pai e mãe de filhos já perdidos.
Já Pacu é a esperança de uma nova vida, uma nova perspectiva e realidade, com este nome que foge ao mundo de Riacho das Almas e o Sertão