Resenha: Discurso sobre tradução
Escrito por Maria José R. Faria Coracini, o texto trata-se de uma importante pesquisa para a área da tradução, pois pretende abordar reflexões sobre a figura dos tradutores, suas identidades e a maneira como eles se vêem e são vistos, a partir de artigos publicados no Brasil. O texto é dividido em um resumo, português/ francês, que trata brevemente o conteúdo que será apresentado, seguido de quatro subtítulos.
No primeiro subtítulo, chamado “Considerações preliminares”, a autora expõe o tema da identidade, mostrando-nos que esse assunto é frequentemente abordado em todo o mundo, pois estamos num momento em que a identidade, por conta da globalização, esta sendo alterada, esquecida e perdida. Explica que os países industrializados preocupam-se apenas em manter as culturas que não prejudicam sua economia, causando uma homogeneização, fazendo com que povos e culturas percam sua identidade, seus costumes, suas crenças e valores. Cita o exemplo da boneca Barbie, que manipula o público feminino infantil a serem futuras consumidoras, pois ela traz consigo elementos que o mercado pretende atingir. Feliz exemplo citado, pois conseguimos perceber o quanto os grupos minoritários, como os indígenas, estão indefesos. Afirma ainda que estamos em uma época onde a incerteza, a dúvida e a insegurança predominam a humanidade, questionando conhecimentos fixos e verdades absolutas. Exatamente por isso, afirma Coracini, que sociedades inteiras insistem em construir verdades que sejam reconhecidas por todos, até mesmo por meio de violência e imposição, mas que transmitam estabilidade e segurança.
Essa introdução foi feita para entendermos que é em todo esse contexto, “onde reinam as contradições e os conflitos” (pág. 33), que o tradutor está inserido. Logo depois, expõe novamente o que o artigo pretende trabalhar e retorna a falar de identidade (individual e social), revelando-nos que apesar do tempo e do