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Não poucas vezes, estudante, você encontrou menções à tarefa do tra- dutor e intérprete como a de traduzir discursos, enunciados, aquilo que outro (palestrante, professor, médico, advogado etc.) profere. Até então, não se havia, contudo, discutido do que se trata o objeto de tradução e interpretação, não foi explicitado até aqui o que se entende por discursos, enunciados, sobre aquilo que tradutor e intérprete devem transpor para a língua-alvo. Esta aula traz como objetivo a compreensão da natureza em que se apresenta o objeto de trabalho do tradutor e do intérprete: os gêneros discursivos. Assim, ao longo deste texto, a intenção é levar você à reflexão sobre a adequação necessária da interpretação ao gênero discur- sivo, assim como estabelecer diretrizes para a realização dessa tarefa.
De modo a alcançar o objetivo proposto, a problemática do gênero discursivo será apresentada sob a óptica bakhtiniana, base sobre a qual se desenvolverão as orientações para o trabalho prático de interpretação e tradução dos gêneros.
O que é gênero discursivo
O conceito de gêneros do discurso encontra-se inextricavelmente re- lacionado ao de enunciado, visto que Bakhtin concebe os gêneros do dis- curso como tipos relativamente estáveis de enunciado, elaborados con- soante as necessidades comunicativas advindas de diferentes interações sociais nos mais variados campos da atividade humana (esferas sociais).
O autor, ao se referir a tipos relativamente estáveis, tem em vista que os enunciados, por serem construídos historicamente, apresentam certa normatividade quanto a suas características, podendo, todavia, sofrer al- gumas modificações devido ao desenvolvimento ou surgimento de novas esferas sociais, a fim de cumprirem novas necessidades oriundas desse desenvolvimento. Daí a riqueza e a diversidade infinita dos gêneros dis- cursivos, pois, uma vez que são ligados às situações sociais de interação, qualquer mudança nessa interação gerará mudanças no