Resenha Discurso do Rei
A família Real britânica sempre rendeu filmes, desde Henrique VIII até a Rainha Elizabeth II (A Rainha, de 2007), e O Discurso do Rei (The King’s Speech E.U.A/ Austrália/ GB 2010) é a mais recente transposição para as telas de um episódio pitoresco da realeza britânica. Dirigido pelo britânico Tom Hooper, o longa, que é o campeão de indicações ao Oscar desse ano, enfoca o drama trazido pela dificuldade fonológica do rei, que já o incomodava seriamente antes mesmo de assumir o trono. O filme é baseado no livro homônimo escrito por Mark Logue, neto de Lionel Logue, o fonoaudiólogo australiano incumbido da árdua tarefa de amenizar a gagueira do rei para discursos públicos. Por ter guardado todos os diários e fichas médicas do avô, Mark teve a sua disposição um rico material de pesquisa para a composição do livro.
Colin Firth, indicado para o Oscar de melhor ator, encarna George VI com maestria. No tom exato, ele reproduz a personalidade insegurança e ao mesmo tempo temperamental de Bertie (como era chamado em família), passa para o espectador a agonia causada pelo sério problema de gagueira, fazendo com que muitas vezes nos sintamos na pele do monarca. Se Helen Mirren interpretou a Rainha Elizabeth II, que vem a ser filha de George, majestosamente em um filme que ficou na história mais por sua atuação do que por outros aspectos, Firth só não faz o