Resenha destino das imagens
Raquel do Monte1
RESENHA
RANCIÈRE, Jacques. O destino das imagens.
Rio de Janeiro: Contraponto, 2012.
1. Doutoranda em Comunicação, PPGCOM-UFPE. Email: rdomonte@gmail.com
Fraturas e dissonâncias das imagens no regime estético das artes
Raquel do Monte
“A arte não traduz o visível, mas torna-se visível.” Essa fala de Paul Klee ano 1 número 2
Resenhas
dialoga estreitamente com um dos últimos livros de Jacques Rancière lançado no Brasil, pois, tal qual o pintor, o pensador francês tenta compreender e apontar os sistemas de visualidades, visibilidades, dizibilidades e representações que envolvem o conceito de imagem. Autor sensação do momento, seu pensamento é referência constante nos debates sobre as conexões entre arte, estética e política. Regimes estéticos da arte e partilha do sensível, por exemplo, são conceitos que impregnam os discursos e os pensamentos dos pesquisadores brasileiros, formando grandes linhas de força que não cessam de penetrar as análises, as observações e as compreensões dos fenômenos estéticos e artísticos.
Em O destino das imagens2 há questões pontuais que alimentam as reflexões contemporâneas ligadas a um conhecimento transdisciplinar que envolve arte, representação e historicidade.
O livro é dividido em cinco excursões: 1) O destino das imagens; 2) A frase, a imagem, a história; 3) A pintura no texto; 4) A superfície do design; e 5) Se o irrepresentável existe. As reflexões partem de campos distintos – como teoria da arte, literatura, cinema e filosofia – para construir um sistema de pensamento que indica dois regimes de visualidade: um, representativo e outro, estético. Para sustentar tal ideia, Rancière nos apresenta o conceito de imagéité, regime de relações entre elementos e funções que transcende a própria natureza da imagem
– “um plano cinematográfico pode pertencer ao mesmo tipo de imagéité que uma frase romanesca ou um