Resenha - Desconstruindo Harry
INSTITUTO DE LETRAS
TEORIA DA LITERATURA I
JENNIFER DE ARAÚJO ROSA
RESENHA DO FILME DESCONSTRUINDO HARRY.
NITERÓI
2013
Página |2
Desconstruindo Harry, é um filme de 1997, dirigido pelo diretor Woody Allen, e, também, interpretado por ele como protagonista Harry, um escritor de sucesso.
Entrementes, apesar de ser bastante reconhecido na vida social, a particular, para ele, está em ruínas. Emocionalmente fragilizado por conta disso, busca inúmeras formas de escapismo. Entre elas, destacam-se os remédios, as bebidas, análises psicológicas, as inúmeras prostitutas, amantes, e, também, três ex-esposas. No entanto, formando um ciclo vicioso, tais elementos, na verdade, ao invés de serem formas para amenizar tal situação depressiva, constituem uma espécie de combustível para a mesma.
Seguindo tal viés, o deprimido personagem, exercendo sua função de escritor, utiliza diversas lembranças de sua vida pessoal como uma forma de inspiração para elaborar seus livros, sendo quase uma autobiografia, distorcendo, de maneira sutil, o contexto, bem como renomeando os personagens. Não obstante, todos aqueles retratados em sua obra conhecem a verdadeira realidade por trás do que foi ali representado, e ficam extremamente aborrecidos com a forma que foram retratados. A partir disso, pode-se perceber, aqui, o que o intelectual Luiz Costa Lima, elucidou sobre a mímesis em seu ensaio Representação social e mímesis. Para o autor, a realidade não acontece por uma reflexão do texto, na verdade, a partir do conjunto de representações sociais que o interlocutor mobiliza para chegar ao sentido do texto. Dessa forma, a diferença da mímesis, se comparada a tais representações sociais, consiste, principalmente, no seu caráter ficcional, e, por isso, sendo ficcção, poderia abalar as representações construídas socialmente.
Dessa forma, a pessoalidade com a qual Harry construiu suas obras, sendo inerente às mesmas o caráter