RESENHA DE O PRÍNCIPE (MAQUIAVEL)
relações de poder exercidas pelos governantes, seja qual for o regime governamental,
em que sempre se visa a conquista e manutenção deste. Ela é o resultado das
observações de Maquiavel ao longo de sua vida e experiência na política, através de
seu cargo de Secretário da Segunda Chancelaria, onde fora diplomata, além de toda
sua carga cultural e reflexão, proporcionadas por diversas viagens pelo interior italiano
e outros países; também pelo exílio forçado, juntamente com a perda do cargo público.
Ele oferece esta obra a Lourenço de Médici, governante da República de
Florença (um dos principados da atual Itália), fomentando-o motivacionalmente
a unificar a Itália e protegê-la de potências inimigas, através de ações práticas,
explicitadas, em um período de incertezas e insegurança, vivenciadas. Maquiavel
possuía um nacionalismo exaltado, estando disposto a tudo pela unificação italiana.
“O Príncipe” inicia-se trazendo à tona os tipos de principados, o método
para conquistar o Estado e o cuidado que se deve ter com nobres (“de sangue”),
uma vez que é mais difícil de se governar juntamente com estes, sendo mais fácil
o auxílio de um ministro, à escolha do soberano. Aí percebe-se alguns métodos
herdados de Alexandre – O Grande, que preservava a cultura, costumes e religião
dos conquistados. Maquiavel explora estas atitudes e diz que elas contribuem para a
manutenção do poder, uma vez que os subjugados se sentem “confortados e seguros”
(respeitados) quanto ao conquistador, que não lhes demonstra desprezo.
Continuando sua obra, Maquiavel fala sobre as formas de se chegar ao
poder, podendo ser através do valor (virtude), fortuna (sorte), herança ou por crimes,
enfatizando que o governante deve fazer com que suas virtudes se sobreponham a
fortuna e que se deve moderar a força bruta, mediando-a com racionalidade. Ele