Resenha de A Rebelião das Massas, de Ortega y Gasset
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A rebelião das massas era um livro que eu já tinha ouvido muito a respeito de como era bom e importante, mas depois de lê-lo, acabei me decepcionando. A tese principal de Ortega y Gasset é a de que o século XIX e o domínio da ideologia liberal nessa época representou o auge da civilização europeia. Qualquer forma de sociedade, ele diz, deve ser rejeitada se contrariam à forma que o mundo europeu alcançou durante a era liberal. Para Ortega y Gasset, foi o liberalismo que permitiu uma forma civilizada de debate político, da mesma forma que o século XIX proporcionou um avanço imenso na técnica e no crescimento populacional extraordinário que o continente europeu experimentou naquele século. O mesmo liberalismo que originou o crescimento da população e permitiu que partidos de oposição como os comunistas e socialistas tivessem voz no parlamento, foi também o responsável pelo surgimento do homem-massa e da intromissão por parte dos jornalistas estrangeiros em assuntos nacionais pelo mau uso da liberdade de expressão.
O homem-massa é definido pelo filósofo como aquele que não reconhece os valores do passado e o esforço que seus pais e avós fizeram para que ele tivesse direito a usufruir das liberdades das quais atualmente goza. Essa é uma situação que qualquer país do Ocidente passa hoje em dia. Ortega y Gasset prevê uma futura União Europeia, que ele acredita que seja um tipo de resposta aos Estados Unidos e à Rússia. Quanto aos americanos, o autor é um pouco cético a respeito das qualidades daquela nação.
Quanto à minha decepção em relação ao livro, ela se deve muito ao fato de que eu esperava que o autor escrevesse sobre a ascensão do fascismo e do comunismo( ele na verdade fala sobre isso, mas só um pouco). O fato desse homem-massa viver preocupado em consumir, e ignorar o esforço da humanidade que ajudou à nossa sociedade ter tantos benefícios e muito menos coisas com as quais se preocupar, é o fenômeno que atingiu a Europa dos anos 1920, quando foi