Resenha de "a poética de aristóteles"
Aristóteles. Poética.1ª.ed.São Paulo:EDIPRO, 2011
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O Edson Bini, tradutor da Poética de Aristóteles, em nota introdutória, esclarece que essa obra constitui um estudo sistemático e minucioso, de ao menos, duas formas importantes da poesia: a trágica e a épica. Aristóteles apresenta com clareza e precisão uma história descritiva da tragédia e da epopeia, paralelamente a uma análise e crítica de vários autores gregos dessas formas poéticas. Ao final, Aristóteles faz uma avaliação qualitativa entre tragédia e epopeia.
No capítulo 1, o filósofo estabelece o carater imitativo, como um todo, da poesia épica e a trágica, assim como a cômica, a ditirâmbica e a maioria da interpretação com flauta e instrumentos de cordas dedilhados. Diferem entre si apenas em três aspectos: nos meios, nos objetos ou nos modos de suas imitações. O caráter imitativo deve-se ao fato dessas artes apenas representarem as pessoas e suas ações.
No capítulo 2, o autor estabelece a diferença entre tragédia e comédia e afirma que a imitação/representação refere-se aos personagens e que esses podem ser pessoas de caráter inferior ou superior aos seres humanos reais. Ele considera que tragédia as representa como superiores e comédia, inferiores.
No capítulo 3, temos a distinção no modo de imitação mencionada no capítulo anterior, além de afirmar que é possível representar da mesma forma, os mesmos objetos, mesclando narrativa e representação teatral.
No capítulo 4, há a afirmação do caráter imitativo do homem desde a infância, o que o distingue dos outros animais, e que através dessa imitação é que desenvolvemos os primeiros conhecimentos. O capítulo continua com uma análise sobre a origem da poesia e seus diferentes gêneros, que teria duas causas, ambas devidas à natureza do homem. A poesia, então, teria sido criada pelos homens mais aptos à execução da imitação, por meio de ensaios improvisados. A divisão em gêneros resultaria das diferenças entre os sujeitos