Trabalho
Lígia Militz da Costa
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Maria Cláudia Araujo
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RESUMO
O objetivo desta resenha crítica é sintetizar as principais observações de Lígia Militz da Costa (2003), a respeito de A Poética de Aristóteles, a partir de uma sistematização de conceitos sobre a poesia, a tragédia e a epopéia. As respectivas discussões da autora, sobre verossimilhança interna e externa, em diálogo com a teoria da literatura contemporânea, abre-nos um caminho para que possamos equiparar suas observações críticas com algumas das principais ponderações de Octavio Paz (2004), acerca da mímesis e da reprodução imitativa.
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PALAVRA-CHAVE
A Poética – tragédia – epopéia – mímesis - verossimilhança.
70
Kalíope, São Paulo, ano 7, n. 14, p. 70-82
jul./dez., 2011.
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ABSTRACT
The purpose of this critical review is to summarize the main observations of Lígia Militz da Costa (2003), about The Poetics of Aristotle, from a systematization of concepts about poetry, tragedy and epic poetry. The author of the respective discussions on internal and external likelihood in dialogue with contemporary literary theory, offers us a way for to match his critical remarks with some of the main considerations of Octavio Paz
(2004), about mimesis and imitative play.
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KEYWORDS
The Poetics – tragedy - epic poetry – mimesis - likelihood.
I — A POÉTICA DE ARISTÓTELES
A imitação sempre esteve nas atividades da Grécia Antiga e Platão (427-347
a.C) — que reportou os diálogos de Sócrates e discutiu sobre as teorias do belo, a concepção de arte, ontologia e metafísica — compreendeu a mímesis como um tipo de produtividade que não criava objetos originais, mas apenas cópias distintas do que seria a verdadeira realidade. Para Platão, a arte tem uma origem sacra, divina e misteriosa, ao passo que a mímesis é apenas limitada a representar, sem propósitos pedagógicos ou morais que visem a essência das coisas ou a verdadeira