Resenha de os militares na política p. 101-154
Alfred Stepan abordou como desde a queda da monarquia, em 1889, a instituição militar teve um papel de "poder moderador", atuando de maneira a garantir a conservação da manutenção do sistema político e, intervindo em certas situações com o objetivo de se conversar o sistema democrático no país. É nesse sentido que a tomada do poder pelos militares, em 1964, representou uma ruptura do padrão das relações entre civis e militares. Neste capítulo, Stepan busca mostrar que a instituição militar deve ser pensada como “um subsistema que reage a mudanças no conjunto do sistema político”, e não como um fator autônomo. Logo, o autor busca relacionar a mudança no papel dos militares, de moderadores para dirigentes com alterações maiores que estavam ocorrendo no sistema político no período de 1961 a 1964. Em nível amplo, as três principais mudanças, que demonstram a crise estrutural do sistema político, foram: "1) um crescente índice de reivindicações políticas e econômicas ao governo; 2) um descréscimo da capacidade extrativista decorrente do declínio do crescimento econômico; 3) um descréscimo da capacidade política de converter as reinvindicações em política concreta; 4) e crescente retração do apoio ao próprio regime político." 1) Crescente índice de reinvidicações políticas e econômicas ao governo - Na década de 1950 e no começo dos anos 60, mudanças estavam ocorrendo na estrutura social brasileira que foram responsáveis por um aumento dessas reinvidicações, que foram: o crescimento populacional e o aumento da população urbana - levou a uma série de novas exigências em termos de serviços públicos, como transporte, geração de empregos, distribuição de alimentos e moradia. No setor rural também houve uma crescimento das demandas -; além disso, o surgimento dos executivos populista que tentavam cooptar novos grupos sociais oferecendo atender as