Resenha de Os grupos étnicos e suas fronteiras.
Resenha referente capítulo “Os grupos étnicos e suas fronteiras” que compõe o livro “O guru, o iniciador e outras variações antropológicas”.
BARTH, Fredrik. O Guru, o Iniciador e Outras Variações Antropológicas (organização de Tomke Lask). Rio de Janeiro: Contra Capa Livraria. 2000.
No Brasil, “Os grupos étnicos e suas fronteiras”, certamente, é a produção mais conhecida do antropólogo Fredrik Barth. Publicada originalmente em 1969, o texto tornou-se um clássico para aqueles que pesquisam grupos e/ou minorias étnicas, sobretudo, pelas discussões e conceptualizações existentes na obra. Afinal, os antropólogos - e aqui incluo a antropologia que vem sendo feito no Brasil – cada vez mais, enfrentam o desafio de descrever sobre grupos que estão ligados em várias redes de relações e, mais do que isso, estão construindo, reconstruindo e afirmando suas identidades em diversas “arenas”.
Uma das edições que chega ao Brasil está em “O guru, o iniciador e outras variações antropológicas”. O texto vem acompanhado de outras publicações chaves no pensamento do autor, bem como de uma entrevista feita pela organizadora Tomke Lask. Chama à atenção as discussões suscitadas pela mesma, uma vez que o texto se desdobra numa excelente oportunidade de compreender como a biografia do autor influenciou na sua formação e em um modo bastante especifico de fazer antropologia, ou seja, uma antropologia engajada, voltada para prática.
Sobre a biografia, é relevante destacar o fato de que mesmo nascido na Alemanha em
1928, Barth afirma que se sente um “verdadeiro” Norueguês, pois ainda criança foi para o país, e após passar uma temporada nos Estados Unidos e em Cambridge na Inglaterra, retorna, vivendo no local até os dias atuais. É importante perceber que Barth cresceu numa família acadêmica.
Após seu pai (geografo e bioquímico) receber o convite para lecionar em Chicago, o autor passa a estudar paleontologia nesta mesma universidade. Contudo,