Resenha de morfologia lexical
Margarida Basílio, em Teoria lexical, acrescenta a possibilidade de uma função discursiva. Portanto a autora refaz sua divisão das funções nos processos de formação de palavras em:
• Função de denominação – que corresponde às necessidades semânticas, como dar nomes às coisas, seres, novos objetos, fatos novos, fenômenos naturais, criações, realizações, descobertas científicas etc. Ex.: De passeata criaram carreata etc.
Função de adequação discursiva – que corresponde a necessidade de expressar aspectos subjetivos do emissor em relação ao conteúdo do que é comunicado. A comunicação, o texto, a frase são importantes para observação da função de adequação discursiva. Ex.: O uso de determinados sufixos para formar palavras que expressam, por exemplo, termos pejorativos, como, Que pão borrachento! Que falação ! ou o uso de sufixos que mostram valor, como, Que golaço ! Ieda Maria Alves, em Neologismo (1990), diz que a palavra neológica pode ser criada por razões estilísticas e, nesse caso, contribui para causar efeitos intencionais. Já Sandmann (1991) observa que certos neologismos podem desrespeitar as regras de produtividade lexical e estilística. Ex.: desprefeito usado no lugar de “mau prefeito”. Podem expressar adequação à estrutura do texto. Ex.: a criação de neologismos na transformação de verbos em adjetivos para aplicar em determinado contexto (muito usado em jargões de determinadas áreas) e fugir da flexão verbal: “A proposta civilizatória... (que civiliza); emendas supressivas, substitutivas, aditivas ou modificativas”
Função sintática – toda vez que um processo de formação de palavras opera mudança de classe gramatical ocorre a função de adequação sintática. Ex.: Do adjetivo privativo saiu o verbo privatizar ; do verbo vender saiu ora o substantivo ora o adjetivo vendedor . A função de adequação sintática também se revela na frase. Ex.: A equipe vendedora